sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Sal da Pele



Eu sou o Sal da pele, aquele sabor que escorre junto com suor, único gosto, único desejo que queima ao sol e faz-se Sal. Sou aquilo que insiste em sondar o corpo em busca da alma que vagueia ao longe, céu sem sol, sal na pele.
Sou teu desejo que busca o meu rastro nos poros e desce corpo a baixo e encontra o som. Insisto em ser teu gosto, teu rosto, teus pés a correr pelo vago deserto sem sombras e sem água, apenas Sal.







Sou o fogo que queima o frio e abraça teu corpo nu, incendeia as horas pequenas que estás comigo na cadencia dos corpos (nus). Deste dia em que me fiz sal da pele, fui mais seu que Sal, pois a pele se fez uma, apenas um... De olhar até lhe ter eu fui e quis ser teu, teu Sal, teu sol e céu sem nuvens onde agora o sóbrio vento leva meu sabor.
Não é assim que desejo ser, mas a formula só é completa contigo, e não estás aqui e agora não há gosto, nem sabor algum em mim, mas, não deixo de ser Sal, teu, meu ou apenas Sal a escorrer por meu próprio corpo, louco...