quinta-feira, 28 de abril de 2011

Secretaria de Educação do Estado de Goiás questiona lei de criação da Escola Paroquial

No dia nacional da educação uma paralisação foi realizada por profissionais das escolas públicas do Brasil com objetivo de pedir melhorias para a categoria. Em Anicuns a data também marcou o início de um movimento para que o Estado de Goiás crie uma lei tornando a atual Escola Paroquial Nossa Senhora Aparecida em estadual.   A instituição de ensino que existe há  56 anos  foi criada pela Paróquia São Francisco de Assis. Segundo o Pároco Padre Carlos Arantes de Gouvea, a escola foi fundada por missionários redentoristas na década de 50, tendo cunho filantrópico. A comunidade estudantil tinha ensino de qualidade e gratuito e que 20 anos depois uma parceria com o estado de Goiás foi estabelecida. A igreja cedeu o prédio e o Estado os profissionais.  Assim a instituição funcionou até o mês passado, quando a direção da escola foi informada que não há uma lei de criação que justifique a existência da Escola Paroquial Nossa Senhora Aparecida e que a mesma se tornaria uma extensão da Escola Estadual Professor Alfredo Nasser. A partir deste bimestre a documentação da instituição passa a receber a nova nomenclatura.
  A notícia comoveu a comunidade, nesses quase sessenta anos de existência mais de dezesseis mil pessoas já estudaram na escola, se analisar praticamente toda a população da cidade, pois o último censo registrou quase 25 mil habitantes. Atualmente são cerca de 500 matriculados.  Um abaixo assinado foi iniciado e em apenas um dia foram quase duas mil assinaturas. A dona de casa, Sônia Justina, também assinou o manifesto, há dezenove anos ela foi aluna da instituição e alguns anos mais tarde a filha dela, Genistela Gonçalves, estudou na escola.  A agente administrativa, Sonita Gonçalves, trabalha na conhecida Paroquial, há trinta anos e está triste com o acontecimento. Para ela é fundamental manter a escola no mesmo prédio e com o mesmo nome, pelo prestígio e também o carinho que a instituição tem diante da comunidade. É difícil encontrar, alguém que não tenha estudado aqui, afirmou.
                 A professora Adriades Passos leciona há 18 anos, só na Paroquial são nove, ela disse que por professar outra fé que não a católica, teve receio, mas que foi muito bem recebida por colegas de trabalho, alunos e pelo pároco da época, Padre Daniel. Para ela seria uma grande perda, se a escola deixar de funcionar por questões burocráticas, já que um número significativo de crianças foi alfabetizado aqui.   A atual diretora da escola, Idelma Vieira dos Santos, disse que uma reunião foi marcada com o secretário da educação de Goiás, Thiago Peixoto, na segunda-feira às 09:00 Horas. As assinaturas recolhidas e uma documentação que mostra a participação da escola no desenvolvimento da educação na cidade serão apresentadas e que tudo está sendo feito para manter a instituição e não prejudicar os alunos. Ela ressaltou que a querida Paroquial ficou entre as melhores escolas do Brasil, de acordo com o prêmio SESI de educação. O Índice de Desenvolvimento de Educação Básica foi de 5,7 em 2009 e o nível estadual foi de 4,9 que mostram resultados positivos e revelam o compromisso da escola na qualidade do ensino. 
                A  assessoria de imprensa da Secretaria de Educação de Goiás foi procurada, mas até o término desta reportagem não houve resposta.

Por Thaísa Lobo e Marçal Dorneles

Um comentário:

Regina Diniz Outeiro disse...

Marçal, minha mãe, Tereza de Lima Diniz, foi diretora da escola Paroquial desde a sua fundação e deu a vida por essa Instituição. Muitas vezes deixou filhos e marido de lado para atender pais aflitos. Lembro-me que ela almoçava em pé, já pronta pra voltar pra escola. Sou suspeita pra dizer, mas acho que foi uma grande administradora, tanto é que hoje, ex-alunos dela que a encontram, abraçam-na como a uma mãe e agradecem por serem grandes profissionais. O que tem acontecido com nosso ensino hoje é um crime hediondo. Vejo por meus filhos que sempre estudaram em escolas particulares e traziam para casa, provas de PORTUGUÊS, sem correção do texto que eles escreviam. Um dia perguntei a uma professora porque ela não havia corrigido os erros de Português. Ela me disse que eles reconheceriam seus erros por si mesmos!!!!!!
É realmente uma pena tudo o que os governantes tem feito com a educação neste País.
Abraços de uma anicuense que mora em Campo Grande/MS
Regina