Tanto tentei compreender toda dor e vi que não tem explicação sofrer por alguém que não sofre e mente. Ah tempo, somente o tempo responderá ao teu coração o que eu realmente esperei de ti, de mim agora somente o silencio, aquele silencio que responde o que não tem reposta.
Não julgarei o amor que outros tiveram dizendo que fui o que mais te amei, apenas calarei meu coração mais uma vez diante destas constatações e retornarei ao meu centro, não vou mais andar de carona contigo nem dizer-te onde mora meus sentimentos, pois não há sentimentos que resistam ao frio da solidão e a violência das mentiras.
Eu dei valor a cada lágrima que derramei e hoje essas lagrimas deram-me força. Mesmo que esse tempo não passe e suas lembranças insistam em vir a tona eu vou buscar outro caminho, algo que esteja ao meu alcance. Não há mais tempo para nós, ainda dói ver-te com os ombros envoltos em outros braços e saber que esse sorriso eu conheço de cor... Ah querido eu retorno a expectativa de que o tempo lhe diga o quanto foi forte o que senti e se o tempo não tiver força pra abrir os teus olhos eu direi que não há amor maior que aquele que se sente primeiro... Foste o meu primeiro amor e depois de ti eu temo pelos demais, mas não posso fechar as portas do meu coração e deixar que apodreça em mim o feto deste sentimento. Semente que plantaste em mim eu gerei sozinho. Não há volta, não da mais e o caminho será longo depois desta certeza.
Ah amor, se realmente tivesse acreditado na dor que eu senti ao ver cada uma daquelas fotos e saber que não esteve sozinho como disseste estar. Parei de alimentar esta tolice ao som de "Time after time" e está doendo como cortar os lábios com papel, uma dor fina e funda algo que mal se vê e nem sangra, mas dói constantemente, profundamente e vai sumindo no meio das tristes lembranças.
Fecharei os olhos numa atitude solene de despedida, lembrando de cada uma das varias vezes que dá janela imóvel daquele ônibus eu parti e deixei um pedaço do meu coração contigo. Eu não contive as lágrimas e elas não me respeitam e correm e chegam aos meus dedos e secam e somem. Dentro, no peito meu grito silencioso de ajuda, de socorro perdido em meio a imagens suas, nossas, figuras suspensas como bolhas de sabão ao sol que aquecem e explodem e somem.
É amor não deu, serei solidário ao meu coração agreste, seco e sozinho. Não há mais como suportar e tenho medo de tudo que estou escrevendo agora, pois é a verdade mais dolorida que um coração pode suportar.
Eternamente...
Adeus.
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