domingo, 21 de setembro de 2008

Marcha Funebre

Segura firme pra não chorar
A vida acaba quando tem que acabar
Sorri ao meu lado As frestas da escuridão
São quatro homens fortes
Que conduzem meu caixão
Uns desconhecidos a esquerda
À direita meu pai e meu irmão
Logo atrás vem rezando
Uma grande multidão
Uns agradecem pela morte
Outros lamentam a partida sem razão
Entre choro e ave marias
Puxa o terço minha tia
Debulha-se em lagrimas
Nas contas do ruzário
Em cada janela
Acende-se uma vela
Que o vento apaga em seguida
São as almas que acompanham
Meu triste fim de vida
Fecha as portas o comercio
Pra não ver quem passa perto
Longe na esquina
Sorri as meninas que amei em vida
A caminho do sumidouro
Cochicho, soluço e choro.
Os pecados pesam
Quanto mais as viúvas rezam
Aperta o passo
Já já cai a noite
Pálida e amarga
Engole o pranto
Minha amada
Suspira fundo
Não parece estar nesse mundo
Já não sente mais a dor
Minha mãe, amor profundo.
A despedida está próxima...
Aberto o caixão
A grande procissão
Um a um diz adeus
O silêncio toma conta
Ao longe vem a virgem
Arranca a cruz que segurava o morto
Num suspiro se vai também
Amor, até a morte separa.
A virgem pro céu se foi
E eu... Não sei...

Nenhum comentário: