Dizer que sinto segurança
nos meus relacionamentos é contar uma mentira. Não sei exatamente o que
acontece, mas nas transições de “afeição” para paixão sempre há transtornos
irreparáveis. Tenho definitivamente que fazer terapia e descobrir o “X” da questão,
pois nunca me sinto bom o suficiente quando estou apaixonado e sou tomado por
uma frustração tamanha.
Tenho evitado me apaixonar
tendo em vista o mal que este sentimento avassalador causa em todos os setores
da vida prática: trabalho, família, amigos... A paixão é como uma goteira
pingando e molhando tudo que está à sua volta. Não confio na ação do tempo em
vista aos relacionamentos, pois tempo é mais um impasse para as pessoas
apaixonadas, pois ele nunca passa, nunca ajuda e nunca para.
Não consigo estabelecer uma
relação de poder neste caso nem identificar se existe alguma das partes que
pode mais, o fato é que quando nos perdemos em meio aos caminhos da paixão consideramos
que este sentimento só habita em nós, motivo maior da insegurança que
certamente seria solucionada com uma boa comunicação.
Relacionamento é algo assim,
não é apenas um jogo jogado a dois, ou talvez seja, mas são tantas situações a
serem ajustadas que tudo parece se desdobrar: distância, diferenças... Tudo
isso colocado na balança me faz pensar onde realmente estou colocando meus pés,
e como “coração é terra que ninguém pisa”, não há controle sobre apaixonar-se e
por mais alheios que estejamos, por mais indiferentes que tentemos ser a esse
sentimento, apaixonar-se se torna involuntário quando do outro o coração se
enche de afeto. É aí que todas as teorias sobre “não me apaixonar” vão embora
com as águas da chuva que lavam os corações determinados a viver sozinhos.
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